domingo, 25 de fevereiro de 2007

O Melhor Carnaval do Mundo!


Nesses frenéticos dias de carnaval, em que passei na minha cidade Maravilhosa com M maiúsculo, que percebi o quanto a vida fica divertida quando literalmente soltamos as fantasias que temos e esquecemos por alguns dias de compromissos, horários e regras. A história do Carnaval vem mesmo desse sentido de liberdade, de dias sem patrão e empregado, em que não há quem manda em quem, apenas a pura e simples diversão dos dias em que somos reis, odaliscas, palhaços e diabinhas. Bom isso! Você encontra alguém fantasiado ou não e brinca. Brinca de ser aquele que enfeitiça, que não tem medo do olhar do outro. Em que outra situação podemos correr e pular por aí cantando marchinhas inocentes e entoando sambas enredos com a mesma disposição das 8 da manhã até ás 10 da noite? Não tem! Esse fôlego, ás vezes disfarçado em meio à fadiga que teima em aparecer no finalzinho do Carnaval, é incrível e soa esquisito aos olhares daqueles que não curtem o Carnaval com a mesma intensidade ou poderíamos exagerar e dizer, como a mesma paixão? Ah, que propaganda chata que insiste em ficar em nossas mentes com o seu slogan “ah, o verão”, mas que é pura, pura verdade. Podemos pegar emprestado e dizer, “ah o Carnalval!” Ai ai....Parabéns para nós que pulamos, brincamos, divertimos e cantamos na mais santa paz (ás vezes nem tanto), que respeitamos a cidade e seus foliões na mais eterna alegria e criamos um clima de felicidade contínua com o Rio de Janeiro. Cidade que nos deu blocos aos montes, infinitos “ambulantes” que vendiam de tudo um pouco a 2 e 3 reais sempre negociáveis, dias lindos de morrer com sol quente e firme e pessoas lindas de doer os olhos assim como as bocas. Lindas por dentro e por fora, diga-se de passagem. Pois nunca tive tantos amigos bacanas e solidários ao mesmo tempo, que nos esperavam no momento xixi, que espantavam qualquer mala sem alça e que fizeram a conta do celular aumentar assustadoramente de tanta comunicação, bendito seja esse aparelho! Quem não curtiu, seja por qual por motivo for, pena....perdeu. Mas OK, ano que vem tem mais, calor, suor, samba, marchinha, cerveja, beijo na boca e cansaço nos pés, tudo isso vale para curtir o que muitos já estão chamando de o Melhor Carnaval do Mundo!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Você conhece todas as formas de amar?

Outro dia uma amiga minha escreveu a seguinte frase em uma rede social: CONHEÇO TODAS AS FORMAS DE AMAR. Puxei papo, pois achei essa frase tão profunda que resolvi questioná-la sobre o assunto: Você conhece mesmo todas as formas de amar? Ela pensou, pensou e chegou à conclusão que faltava apenas uma, no auge dos vinte e poucos anos.....não conhecia a forma de amar como mãe. Ui! Aquilo bateu mais forte ainda, afinal de contas, como saber de uma forma de amor desse nível, sem experimentá-la? 


Fui buscando no meu HD orgânico todas as possibilidades de já ter passado por essa sensação, sem ter tido um filho. E fiquei analisando ex-namorados, ex-marido, amigos verdadeiros, irmãos, primos, pais, avós........enfim, fui buscando todas as formas de amar que já conheci e que foram tão diferentes uma das outras e parecia que nada batia com o amor de uma mãe com o seu filho. Entretanto, de repente, surgiu uma lembrança de um momento único na minha vida que senti algo que poderia ser “um pouco” parecido, pelo menos na essência. E lá estava a carinha linda e nariguda do “macarrão”, um basset simpático e birrento que cuidei durante mais ou menos duas semanas alguns anos atrás. 

OK, muita gente ama cachorro desde criança, já chorou e sofreu junto daquele que consideram o melhor amigo do homem. Pois é, mas eu nunca havia tido algum tipo de contato com cachorros. Não sabia o que era aquele sentimento que julgava ser extremamente exagerado. Inclusive sentia muito medo. Tinha medo de um ser peludo que latia e pulava, mas acho que na verdade tinha medo do desconhecido. Esse desconhecido que todos diziam ser um amor único, como um amor de mãe com seu filho. Quando descobri que eu e um namorado da época iríamos cuidar de um apartamento de um amigo que tinha que viajar por duas semanas e não tinha ninguém para deixar o seu basset, fiquei em pânico. 

Como faria? Se ele latisse e me mordesse? Se fizesse xixi e cocô no meio da sala? Se sentisse fome e eu não percebesse? Macarrão fez isso e mais um pouco e foram justamente todas essas situações que fizeram com que eu cuidasse com mais zelo e carinho do “meu” basset. No começo, é claro, até ele desconfiava de mim. Devia pensar: O que essa menina vai aprontar comigo? Ela é confiável? Mas aos poucos, fomos dando confiança um ao outro e aquele cachorro marrentinho começou a deixar que eu chegasse mais perto. 

O auge foi um dia que cheguei sozinha no apartamento, deitei na cama para assistir TV e ele veio com a maior calma, subiu, foi se enroscando em mim, até ficar debaixo dos meus braços e deixou que eu fizesse carinho. Ficou ali, quietinho, recebendo cafuné. Foi neste momento em que dois seres que não falam a mesma língua, se entenderam perfeitamente e foi dessa forma que compreendi o que é o amor incondicional. O amor sem pedir nada, o amor suave, a troca........ talvez o Macarrão nunca entenda o quanto ele mudou em mim, nem coitado, saiba que esse sentimento que tive foi uma amostra dessa forma de amar tão intensa. Mas quero deixar registrado: Valeu Macarrão!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Saudades?

Minha avó costuma dizer que não entende como algumas pessoas não sentem saudade. Saudade do que já passou e não volta mais, daquilo que se sentiu, do cheiro de um lugar, do sabor de um doce que ninguém consegue fazer igual. Mas estranhamente essa saudade tão comentada, essa coisa nostálgica que ás vezes causa angústia em alguns, ainda não me foi apresentada. E isso é para parar e refletir.

A palavra saudade tem origem no latin, “solitas, solitatis" que significa solidão. Pois é, acho que seria por isso que não sinto saudades, pois não me sinto só, pelo contrário, mesmo no meio da maior multidão de desconhecidos no centro da cidade, sinto sempre a presença de alguém, ou seja, de mim! Da mistura que somos formados.... Idéias, confusões mentais, loucuras, é tanta informação que carregamos que se fossemos conversar com a nossa própria pessoa, teríamos assuntos sem fim. Falaríamos da nossa infância, do cheiro de mar nas férias, dos assuntos mais irrelevantes, das manias estranhas que ninguém entende, das neuroses e crises, da alegria de estar amando alguém, do dinheiro que foi embora e das inúmeras besteiras que fizemos anos atrás. Pronto! Companhia melhor que nós mesmos não temos. Mas isso não é uma ode ao ser sozinho, solitário, é apenas um alívio sabermos que podemos contar conosco mesmo, afinal, se já chegamos até aqui sozinhos e caminhamos mais um tantão da mesma forma, podemos nos dar esse crédito, certo? Claro, que podendo contar com amigos a vida fica mais divertida, rica de novas informações e troca.

Saudade? Não, não é isso que sinto. Queria outra palavra.....pode-se dizer que tenho boas lembranças de tudo que passou pela minha vida e as coisas ruins que aconteceram....bom, isso a analista já me ensinou: pare de colocar numa caixa em cima do armário, lacrada e esquecida. Abra, tire tudo que está lá dentro, analise cada coisa feia, por mais que dê medo e aí assim guarde se quiser ou jogue fora...melhor, recicle! Quem disse que a nossa mente também não pode ser ecologicamente correta? E pronto....próximos capítulos!