segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Tempo sem ponteiros


Acredito que todos nós temos um momento em que precisamos parar o tempo, arrancar os ponteiros, acabar com o tic-tac que insisti em bater. Este tempo que pode durar o que tiver que durar, é totalmente individual. Podem ser segundos, minutos ou até anos. O importante é ter este tempo disponível para refletirmos o que precisarmos pensar, seja lá o que for, sem interferências de outros relógios externos. E também pode ocorrer em qualquer idade ou fase da vida. É recomendável apenas respeitá-lo, pois quando ele vem, vem com vontade, pedindo pelo amor de Deus para pará-lo o quanto antes. O que acontece é que tem pessoas que não reconhecem a sua importância e deixam esse relógio no canto, ali coitado, sem dar a mínima atenção. E depois ele vem de novo, mas diferente, mais pesado e cobrando respostas rápidas. Tem aquelas pessoas que não passaram pela situação de ter que parar a hora e acham que isto não ocorrerá nunca e são pegas de surpresa. E tem ainda aquelas que não respeitam o tempo do outro, esquecendo que passaram pelo mesmo processo em algum momento. Confesso que é realmente difícil compreender o tempo alheio se não estamos na mesma situação que o outro lado. É um exercício tenso de se fazer, mas é necessário se colocar na visão do outro e de sua história de vida, para compreender esta parada momentânea. Dói quando precisamos de uma resposta ou decisão de outra pessoa que está nesta fase sem ponteiros. Dá vontade de sacudir e dizer “vambora, você consegue, vai passar ileso”, mas infelizmente as coisas loucas da vida não acontecem desta forma. Você pode sim, dizer esta frase com sinceridade e carinho, mas deve cima de tudo respeitar o tempo de cada um. O mesmo vale para o seu tempo. Respeite, acredite e tudo dará certo. E quando o bom e velho tic-tac voltar, tudo se encaixará harmoniosamente, segundos, minutos, horas.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Vai um Nó?

Sabe o famoso nó na garganta? Aquele que pode ser proveniente de sapos mal engolidos? Ou daquilo que você gostaria de ter falado, mas faltou coragem na hora? Ou até aquela verdade muito, muito difícil de encarar e que se transforma em um nó tão bem formato, que nem o marinheiro mais expert consegue desatar? É, os muitos nós que vão se formando vão dificultando ainda mais a fala e quando você decide expulsá-los do seu corpo, é muito mais complicado. Acha ainda que se deixá-lo ali aos poucos ele vai sumindo e diminuindo de tamanho? Ledo engano. Nó na garganta é duro, tenso, difícil mesmo. E também não ache que bebendo água ou tomando um sal de frutas, resolverá! Não te falaram que nem isto funciona? Esqueça todas estas possibilidades e não acredite em cura milagrosa. É mais fácil, apesar da enorme dificuldade que a maioria dos seres humanos tem, desatá-lo com cuidado e de uma só vez. Doloroso com certeza, mas o alívio é instantâneo. Experimente! Não convencido ainda que este nó causa danos sérios á sua saúde mental? Pelo bem ou pelo mal que sua libertação causará, o nó na garganta é um dos casos mais conhecidos de sufocamento emocional. Tenho certeza que esta sensação não é agradável mesmo. O ar acaba, a segurança mental vai para o ralo e você vira um ser desconfiado, com medo que descubram seu segredo e aí ele vai ficando cada vez mais feio e cabeludo. Liberte seus nós!

sábado, 5 de julho de 2008

Assunto que dá Pano para Manga, Gola, Punho...

O que está acontecendo com as pessoas hoje em dia? Ninguém se interessa mais por ninguém? É cafona o assunto "se apaixonar por alguém"? Ou
o fast-food dos relacionamentos está cada vez mais rápido e fácil que a má-digestão das porcarias que tomamos nem é percebida? Estranho lembrar que algumas décadas atrás ainda se ouviam estórias de pessoas que se apaixonavam, corriam atrás quando estavam a fim de alguém e não tinham o menor problema com isso. Odeio escutar as teorias sobre a vida mais agitada, a influência da internet, da globalização, do efeito estufa...tudo parece querer justificar algo que se perdeu e não tem nem longe chances de voltar a ser pelo mais real: construir algo com alguém. Quando falo construir, não estou dizendo o “para sempre”, nem é historinha para boi dormir, mas é o que os livros, os filmes, a música, a arte em geral sempre falaram e retratam através de séculos: o amor. Mas se talvez fizessem uma enquete por aí sobre o tema, tenho certeza que escutaria asneiras mil do tipo: “o que é isto?” Ou “isto não existe” e blá blá blá. E o pior é que tem gente que diz se orgulhar de ver seus pais tão apaixonados até hoje e que gostariam de encontrar alguém para viver algo parecido. Mas é tudo mentira. A verdade mesmo é que ninguém (digo isso dos homens é claro, mas também das mulheres) quer de fato conhecer o outro. E este conhecimento não é só saber alguns detalhes sobre o que a pessoa faz da vida, o que escuta o que gosta de comer. É participar do outro, é compartilhar idéias, é rir das semelhanças e zombar das diferenças. Quem já sentiu isto de forma recíproca sabe do que estou falando. E vou parar por aqui, porque o assunto rende uma veste completa...

domingo, 1 de junho de 2008

Existe a melhor?

Algumas perguntas de um tempo para cá têm me perseguido. E todas são relacionadas ao mesmo assunto: teríamos apenas uma melhor fase na vida? Não sei medir o que teria sido a “the best of all”! Até porque a mania de separar a vida em áreas distintas: amor, profissional, saúde, social, família e outros, gera uma dificuldade de eleger aquela fase totalmente perfeita. Talvez comparando fases da vida muito ruins em que nada dá certo e tudo de esquisito acontece como o computador que quebra, seu rosto enche de espinhas sem razão, todos parecem reagir ao contrário do que você imagina, o trabalho fica insuportável... um momento mais light vira o melhor em segundos. Também não acredito que envelhecendo, as melhores fases serão aquelas que já passaram como a adolescência e as suas descobertas e falta de compromisso com tudo ou a inocência da infância. E também não quero crer que aos 40 anos tudo melhora. E muito menos acreditar que quando envelhecemos mais ainda, fica tudo mais difícil e a saudade do tempo que passou faz parte da rotina do dia-a-dia. Mas afinal, ainda é possível afirmar que existe a melhor época da vida? Talvez o que podemos dizer é que existem fases em que priorizamos mais algumas áreas do que outras. E é esta prioridade que talvez defina o que achamos mais interessante ou não. Independente dos “achismos” a parte, quero que a minha melhor fase seja sempre a de agora. Mesmo que englobe os piores acontecimentos e misture com as alegrias deliciosas da vida em uma salada muito esquisita, o presente momento tem que ser o melhor de todos, assim como o próximo será! O que vier de ruim servirá como memória para não repetir o mesmo erro. E o que for espetacular povoará para sempre meu arquivo de melhores momentos, assim como um álbum de fotos que serve para curtimos em dias de “relembrar é viver”. Ai ai...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Aquilo que é bom e todo mundo gosta!

Quero escrever sobre respeito. Quero entender porque algumas pessoas não compreendem muito bem esta palavrinha que é objetiva e de fácil assimilação. Afinal de contas, sem ela não há entendimento entre as pessoas, não há possibilidade de convivência entre aqueles que consideramos “diferentes” do que achamos que é “normal” segundo nossos próprios conceitos de normalidade. Ter respeito por alguém é se relacionar com troca mútua. Não há ganhador ou perdedor. Quando há respeito entre as pessoas, a relação é de consideração ao próximo. Aquela frase batidérrima de “não fazer aquilo que não gostaria que lhe fosse feito”, é a base do que estou falando. Mais uma vez é simples, para que complicar? Você gosta de ser enganado? De escutar inverdades? De ser passado para trás? De escutar que alguém gosta de você só para ter alguma coisa em troca, pois na verdade não curte nem um pouquinho? Gosta mesmo disto tudo? Duvide-o-dó! Então meus queridos, respeito é bom e todos nós AMAMOS! Vamos parar com esta palhaçada de confundir idéias, de fingir ser algo que não é, só para ter em troca alguns momentos rasos de prazer e emoção. Respeite aquilo que você considera sagrado para você e já vai começar bem! Acha antiquado? Pura besteira! É super atual! Vivendo a vida se respeitando e respeitando os outros é vivê-la com mais leveza, sem remorsos e com muitas milhagens de alegria pela frente. Se você não acredita, então nem reflita sobre isto, entretanto é mais sério do que se imagina.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Aluga-se Amor!

Aluga-se amor! Aluga-se um amor verdadeiro, louco para mostrar todo o seu lado mais bobo e apaixonado! O perfil do interessado é aquele que tem dificuldades de amar, que não sabe demonstrar seu afeto e que apesar de preferir qualidade do que quantidade gosta de fingir para o mundo que está achando o máximo a variedade da raça humana. Pelo o que tenho visto, sentido e observado em diversos grupos de amigos, ficaria rica ajudando essas pessoas. Seria fácil! A pessoa que não ama ninguém aluga um pouco de amor e pronto! Apaixona-se! Ah que maravilha! Se quiser renovar o contrato para mais uma temporada, OK, ganha inclusive desconto por preferência e fidelidade ao serviço. Se desistir do aluguel, é porque comprou o seu próprio ou mudou, tudo bem. Pelo menos teve a oportunidade de provar um pouco deste sentimento tão gostoso e que parece estar escasso nos dias de hoje. 

Aproveite, que para ajudar, criei uma promoção, tipo pague 1 e leve 2. Você aluga amor e ganha uma dose de carinho, ou se quiser uma dose de atenção, cafuné...enfim, outros itens também em falta no mercado. Vou te dizer que certeza total eu não tenho, mas estou sentindo que é melhor organizar uma lista de espera. Tem muita gente querendo alugar amor e não tem coragem de admitir. Talvez com este empurrãozinho, quem sabe?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Re...Início...

A idéia principal com o primeiro texto do blog era de alguma forma externar essas sensações esquisitas que só quem já passou dos 30 anos de idade sabe do que estou falando. Mas com o passar do ano, outros temas foram surgindo e o que deveria ser um simples desabafo balzaquiano, virou um desenrolar de sentimentos e emoções vividos a cada mês. E quem as lia se identificava com algum momento da vida, mesmo longe dos 30 anos. Os -18/20/40/50+ anos se identificaram com a avalanche de pensamentos que foram sendo descritos e que todos nós passamos em algum momento da nossa longa vida. E mesmos aqueles que não se encontraram de alguma forma nas palavras, manifestaram suas opiniões como se tivessem sentido a mesma alegria, angústia ou medo, passando pelo mesmo processo de descobertas de nós mesmos. Papo meio auto-ajuda ou piegas? Pode ser, mas OK. Viva os amigos e anônimos que leram os textos e permitiram que este humilde blog seguisse seu caminho no ano de 2007! Viva também a vida, que com todas as loucuras mais absurdas de acontecimentos, trouxe idéias para os mais diversos assuntos. Se não fossem as mil dúvidas compartilhadas com todos, este blog não teria motivação para continuar a existir neste oceano de informações que é a internet. 2007 já foi e com ele todas os episódios aqui descritos e que ficaram registrados neste espaço democrático. Um brinde meio atrasado a 2008 e que venham novas estórias, boas ou ruins, mas sempre muito gostosas de compartilhar!